Mitigação de riscos em empresas: Quais são as ferramentas indicadas

Em um cenário empresarial caracterizado pela incerteza e pela rápida evolução, a importância de mitigar riscos torna-se cada vez mais evidente. 

Assim como no jogo de xadrez, onde cada movimento pode determinar o destino do jogo, as empresas enfrentam constantemente decisões cruciais que podem afetar significativamente suas operações e resultados financeiros. 

A mitigação de riscos envolve a antecipação e a preparação para possíveis ameaças, adotando estratégias para reduzir sua probabilidade de ocorrência e minimizar seus impactos caso aconteçam.

Neste artigo, saiba a importância de mitigação de riscos na empresa, entenda como funciona, o que você precisa saber e as ferramentas que são utilizadas. Acompanhe! 

A importância de mitigar riscos na sua empresa

A mitigação de riscos significa antecipar possíveis ameaças e adotar estratégias para minimizar seus impactos nas operações do negócio. 

Em vez de tentar eliminar completamente os riscos, o foco está em reduzir sua probabilidade e preparar-se para lidar com eles caso ocorram.

A importância disso é clara em um mundo empresarial cada vez mais dinâmico. Ao ter planos de contingência bem definidos, uma empresa pode enfrentar desafios imprevistos com mais confiança e agilidade, mantendo sua estabilidade operacional e financeira. 

Além disso, a mitigação de riscos não é apenas sobre reagir a eventos adversos, mas também sobre aprimorar a capacidade da empresa de tomar decisões informadas e estratégicas. 

Ao identificar e avaliar os riscos potenciais, os gestores podem tomar medidas proativas para minimizar sua probabilidade de ocorrência, maximizando assim as oportunidades de crescimento e sucesso.

Riscos que podem ser mitigados

Para desenvolver estratégias eficazes de gestão de riscos, é essencial identificar e compreender os diferentes tipos de riscos que uma empresa enfrenta. Ao reconhecê-los, a empresa pode então tomar medidas para mitigá-los, o que é crucial para proteger seus ativos, reputação e operações.A seguir, alguns exemplos mais comuns:

  • Riscos fiscais: estão relacionados ao recolhimento de tributos e impostos. Para mitigá-los, as empresas devem estabelecer políticas internas claras e transparentes que garantam o cumprimento pontual das obrigações fiscais e a transparência no setor financeiro;
  • Riscos regulatórios: surgem quando as empresas não cumprem adequadamente as regulamentações governamentais. A implementação de uma política de compliance robusta e alinhada à cultura da empresa pode ajudar a garantir a conformidade com as leis e regulamentos aplicáveis;
  • Riscos de conformidade: estão relacionados ao cumprimento das políticas de compliance da empresa. Políticas claras e uma cultura organizacional que valorize a conformidade são essenciais para mitigar esses riscos;
  • Riscos financeiros: relacionados ao fluxo de caixa da empresa e podem incluir endividamento, inadimplência e falta de liquidez;
  • Riscos estratégicos: estão ligados a eventos externos, como crises econômicas ou mudanças tecnológicas, que podem afetar diretamente os objetivos estratégicos da empresa;
  • Riscos operacionais: estão relacionados aos processos e operações da empresa e podem incluir falhas operacionais, problemas de relacionamento e atrasos nas entregas;
  • Riscos cibernéticos: com a crescente digitalização, as empresas enfrentam ameaças como vazamento de dados e invasões cibernéticas. Em 2022, o Brasil sofreu 103 bilhões de tentativas e ameaças de ataques cibernéticos, segundo a Fortinet. Investir em segurança da informação e controle de acesso eficaz, juntamente com uma equipe de TI dedicada, pode ajudar a proteger a empresa contra esses tipos de riscos.

Como a mitigação de riscos funciona

A mitigação de riscos funciona como um processo estruturado e contínuo para identificar, avaliar e responder aos riscos que uma empresa enfrenta. A seguir, separamos as etapas para entender melhor como isso acontece. Confira!

  1. Diagnóstico: na primeira etapa, a empresa realiza uma avaliação abrangente do seu ambiente interno para identificar áreas vulneráveis e suscetíveis a riscos, o que pode envolver uma análise detalhada dos processos, sistemas, políticas e práticas da organização;
  2. Mapeamento: com base no diagnóstico, a empresa identifica os tipos específicos de riscos que podem afetar cada área e setor do negócio. Este processo envolve a análise detalhada dos riscos potenciais, sua probabilidade de ocorrência e seus impactos nas operações da empresa;
  3. Definição de níveis de prioridade: a empresa prioriza os riscos identificados com base em sua gravidade e probabilidade de ocorrência. Esta fase é crucial para direcionar os esforços e recursos da organização para os riscos mais significativos e urgentes;
  4. Elaboração de plano de ação: uma vez que os riscos foram identificados e priorizados, a empresa desenvolve um plano de ação para mitigar ou gerenciar esses riscos. Isso pode envolver a implementação de medidas de controle, como novas políticas, procedimentos ou tecnologias para reduzir a probabilidade de ocorrência ou minimizar impactos;
  5. Prevenção e monitoramento: além de lidar com os riscos iminentes, a empresa também estabelece um sistema de prevenção e monitoramento contínuo para identificar e responder a novos riscos à medida que surgem, o que inclui a implementação de sistemas de alerta precoce, revisões regulares de políticas e procedimentos e treinamento contínuo para funcionários.

O que você precisa saber sobre a prática de mitigação de riscos

A prática de mitigação de riscos é uma jornada complexa e contínua para as empresas. Começa com a compreensão de que os riscos podem ter tanto impactos positivos quanto negativos em suas operações, portanto é crucial realizar uma análise abrangente para identificar todas as possíveis ameaças, desde ataques cibernéticos até atrasos operacionais.

Um aspecto importante é explorar os riscos benéficos. Por exemplo, uma empresa pode se deparar com um aumento inesperado nas vendas, o que é uma boa notícia, mas também pode criar desafios operacionais. Nesse caso, é importante decidir se vale a pena explorar essa oportunidade ou se medidas preventivas são necessárias.

A mensuração dos riscos e seus impactos é essencial para priorizar e planejar respostas adequadas, que envolve calcular numericamente a probabilidade de eventos e seu potencial impacto nas operações da empresa. 

Um aspecto muitas vezes subestimado é a mudança de cultura organizacional necessária para apoiar efetivamente a mitigação de riscos. Isso requer um compromisso de todos os membros da organização em alinhar-se com os objetivos do plano de mitigação e promover uma cultura de colaboração e responsabilidade.

Estruturação das estratégias do plano de mitigação

A estruturação das estratégias do plano de mitigação começa com uma compreensão abrangente dos riscos que uma empresa enfrenta, incluindo não apenas os perigos óbvios, como ataques cibernéticos e perdas financeiras, mas também os riscos positivos que podem surgir, como oportunidades de crescimento inesperadas.

O primeiro passo é realizar um levantamento completo de todas as possíveis ameaças, tanto as tradicionais quanto as menos óbvias – e isso requer a realização de sessões de brainstorming com toda a equipe, onde todos os membros são incentivados a contribuir com suas percepções e experiências. 

Também é importante conduzir pesquisas para identificar ameaças emergentes e entender como elas podem afetar o funcionamento do projeto. É crucial que nada escape durante esse processo de identificação de riscos. Mesmo os riscos aparentemente pequenos ou improváveis devem ser considerados, pois podem ter consequências significativas se não forem abordados adequadamente.

Uma vez que todas as ameaças foram identificadas, é possível iniciar o desenvolvimento de uma estratégia de gestão de riscos, que envolve avaliar o potencial impacto positivo e negativo de cada ameaça e desenvolver planos de ação para mitigar ou gerenciar esses riscos de forma eficaz.

Tecnologia para levantamento e análise de dados do plano de mitigação

Ao enfrentar uma variedade de riscos em um ambiente empresarial cada vez mais complexo, as organizações dependem de ferramentas avançadas para identificar, avaliar e responder de forma eficaz aos desafios que enfrentam.

Inicialmente, as organizações utilizam ferramentas tecnológicas para coletar dados relevantes para o plano de mitigação de riscos, como sistemas de gestão empresarial (ERP) para capturar dados operacionais e financeiros, sistemas de monitoramento de segurança para registrar atividades cibernéticas e até mesmo plataformas de mídia social para rastrear sentimentos do consumidor e reputação da marca.

Uma vez que os dados são coletados, é essencial analisá-los de forma eficiente para identificar padrões, tendências e áreas de preocupação. Nesse ponto, as ferramentas de análise de dados, como algoritmos de machine learning e inteligência artificial, são especialmente úteis. 

Essas tecnologias podem processar grandes volumes de dados rapidamente e identificar informações que orientam as decisões de mitigação de riscos. De acordo com o relatório Insights-Driven Business Set The Pace For Global Growth, da Forrester, empresas orientadas por dados podem crescer mais de 30% ao ano.

Ferramentas importantes para mitigação de riscos nas empresas

As ferramentas utilizadas para mitigação de riscos têm o papel de identificar, avaliar e responder de forma eficaz aos riscos que uma organização enfrenta. Duas dessas ferramentas-chave são a matriz de riscos e o Business Intelligence (BI).

Matriz de riscos 

A matriz de riscos é uma ferramenta visual que ajuda a classificar e priorizar os riscos com base em sua probabilidade de ocorrência e no impacto que podem ter nas operações da empresa. 

Ao dividir os riscos em quadrantes de baixa, média e alta probabilidade e leve, moderado, grave e gravíssimo impacto, a matriz oferece uma visão clara das ameaças mais significativas. Isso permite que a empresa concentre seus esforços de mitigação dos riscos mais críticos, garantindo uma alocação eficiente de recursos e uma resposta proativa aos desafios.

Por exemplo, um risco com baixa probabilidade, mas com um impacto grave, pode exigir atenção imediata, enquanto problemas com alta probabilidade e impactos igualmente graves devem ser tratados prioritariamente. 

Business Intelligence (BI)

O Business Intelligence (BI) é uma metodologia poderosa para gerenciar riscos, utilizando dados para orientar a tomada de decisões e avaliar seus resultados. Não é atoa que, de acordo com o relatório da Mordor Intelligence™ Industry Reports, o mercado de Business Intelligence está projetado para aumentar de US$ 26,81 bilhões em 2023 para US$ 42,49 bilhões até 2028.

Ao coletar e analisar uma diversidade de informações sobre o mercado, concorrentes, clientes e tendências do setor, o BI permite que as empresas identifiquem e compreendam melhor os riscos potenciais que enfrentam. Isso não apenas ajuda a antecipar e prevenir problemas, mas também a identificar oportunidades de negócios e a tomar decisões mais assertivas.

Quando combinado com políticas de compliance e a automatização de processos decisórios, o Business Intelligence se torna uma ferramenta poderosa para mitigar riscos, fornecendo insights valiosos e orientando as empresas na direção certa.